Por Elaine Moreira
Delicado e único como um floco de neve.Queria ter outras palavras mais bonitas e mais intensas para descrever a experiência que foi ler Um menino em um Milhão, mas elas não me ocorrem, não parecem boas o suficiente.
Começo então por dizer que este livro, desde as suas primeiras páginas, já passou a fazer parte da minha lista de Livros Favoritos da Vida!
Monica Wood tem uma narrativa leve e extremamente despretensiosa para descrever as relações humanas, tanto que nela largamos o nosso moralismo para deixar de pensar no politicamente correto e apenas ler, absorver, consumir.Um Menino em Um Milhão Monica Wood
Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções.
Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana.
Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.
Um Menino em Um Milhão é um livro sensível, poético e bem-humorado, formado por corações partidos e aparentemente sem cura, mas unidos por um elo de impressionante devoção pessoal.
Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580416930
Ano: 2017
Páginas: 352
Tradutor: Marcelo Mendes
Desde a resenha, já se sabe que a história é triste e dolorida, não como um beliscão, mas como aquela dor de cabeça que já te acompanha a dias, a ponto de já quase ter sido esquecida. Quinn é um guitarrista brilhante que sempre priorizou a música e que por conta disse sempre teve uma relação difícil com a esposa e distante com o filho que não para de contar as coisas e não consegue sentir a música.
Ao começar o livro já sabemos que o menino se foi, o que restou é a certeza de que ele era único e que havia criado uma relação de verdadeira amizade com Ona Vitkus, uma centenária de 104 anos com quem planeja bater um recorde.Tudo o que sabemos a respeito do menino é a partir de lembranças. E a existência dele foi tão marcante que sentimos a presença dele o tempo todo! Ao ponto de esquecermos de que na verdade ele não está mais ali, para sermos lembrados em seguida de uma forma muito natural e abrupta.
Esses são os personagens centrais da história, um músico sonhador, uma senhora guerreira e um menino que não existe mais.
Quinn não conseguiu em vida criar um vínculo real com o menino. Ona tinha nele a oportunidade de sonhar, algo a que se apegar. E é na relação dos dois que descobrimos o quão especial era o menino, assim como é através das memórias que eles vão resgatando a si mesmos.
Lindo! Poético! Em todas as páginas!
Assim como o projeto gráfico que é delicado e bonito, criando pausas nos momentos certos para assimilarmos a dor da perda sem sermos derrubados por ela.
Uma das frases que mais que impactou foi durante uma conversa entre Queen e Ona. Ela alega que o mundo se divide entre sonhadores e guerreiros, sendo ela uma guerreira e Quenn inevitavelmente um sonhador. Mas ela diz que quando estava com o menino ela também se tornava uma sonhadora.
Pequenas pérolas que nos são entregues aos poucos, na medida, assim como a percepção de Quenn é gradativa a respeito de quem era o filho e de como na verdade ele era o único que o entendia, que o via de forma crua, a ponto de através dos olhos dele se descobrir um guerreiro.
São 348 páginas e eu amei cada palavra, cada frase, cada revelação. A todo instante queria ouvir o menino, queria vê-lo, queria conversar com ele e absorver um pouco dessa alma iluminada que só ele tinha, ser contaminada pela bondade e pureza dele. Mas ele surge apenas como uma sombra forte e potente, mas sem se fazer totalmente nítido, acredito que até para que não se perca a poesia que permeia sua figura.
Agora ele é para mim como um amigo que conheci a muito tempo, de quem lembro com extremo carinho e intensa saudade, mas cujo rosto não me é mais tão claro.
Beco da Leitura https://www.facebook.com/blogbecodaleitura/ |
Olá!
ResponderExcluirNossa, nunca tinha lido nada sobre o livro, mas seus comentários me fizeram adiciona-lo no skoob. Ele parece aqueles livros que descobrimos á toa mas que alugam um espaço em nossos corações para o resto da vida. Parabéns pela resenha!
Abraço,
Lupi Literatus
Ja li esse livro e Acho a capa desse livro muito bonita. Estou louco para ler uma menina em um milhão. Adorei sua resenha pois é clara e objetiva.
ResponderExcluirUm forte abraço!
Parece ser um livro muito bem escrito, que é o que faz a diferença.
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