Papo Sobre Séries: American Idol.

Por : Marina Landert

Olá gente, tudo bem?
No Papo sobre séries de hoje vou falar um pouco sobre realities shows musicais, pegando um pouco o embalo do término do American Idol, um dos principais e precursores de realities shows do gênero, que encerrou no começo de abril sua 15ª e final temporada.

Formato mais que consolidado no Brasil e no mundo, a cada dia vemos mais lançamentos de realities shows por aí. Dos que invadem a privacidade das pessoas (Big Brother, Keep with the Kardashians, The Real World, A Fazenda ), dos que prometem encontrar o amor (Are you the One?, The Bachelor), dos culinários (Masterchef, Top Chef, Cake Boss, Hell’s Ktichen) aos que revelam talentos de diversas áreas (American Idol, The Voice, America’s Next Top Model, Project Runway, The X Factor), e que agradam aos mais diversos gostos. Eu, particularmente, gosto bastante de reality show, e confesso que por vezes já assisti quase todos os que mencionei acima, até alguns que são mais trash e passam longe de um primor de qualidade, mas que entretêm e prendem a atenção do público do primeiro ao último episódio.

Um dos precursores e inspiração de muitos realities shows musicais, o American Idol por anos foi responsável por descobrir grandes talentos da música americana como Kelly Clarkson, Adam Lambert, Carrie Underwood, Phillip Philips, David Cook, Chris Daughtry, entre outros, e teve ilustres jurados como Simon Cowell, Mariah Carey, Steven Tyler, Jennifer Lopez e Nicki Minaj. Se no começo foi considerado um fenômeno cultural alcançando recordes de audiência e milhares de fãs não só nos Estados Unidos como em todo o mundo, há alguns anos o programa vinha perdendo sua força e audiência, deixando de revelar grandes talentos, e muitas vezes com jurados que pouco contribuíam com o crescimento dos cantores, culminando no anúncio de que este ano teríamos a 15ª e derradeira temporada.

Mas o que aconteceu? A fórmula se desgastou? A audiência migrou para outros programas do mesmo gênero? Difícil afirmar com certeza, pois o fato é que o formato tem se multiplicado com o surgimento de franquias como The Voice e The X Factor. O The Voice, que parece ter se consagrado como o maior rival com os americanos, por exemplo, além de consagrar versões em diversos países, se consolidou com o seu público, recebendo hoje duas temporadas por ano e um revezamento de técnicos.

Levando todos os fatores em consideração, acredito que parte do American Idol foi se perdendo com a troca dos jurados. Por nove temporadas tivemos as críticas ácidas de Simon Cowell, que na maioria das vezes discordava de seus companheiros Randy Jackson e Paula Abdul, e após sua saída o buraco até conseguiu ser preenchido com competência nas temporadas 10 e 11, que tinha Steven Tyler, Jennifer Lopez e o próprio Randy na banca. No entanto, a partir da temporada seguinte o que se viu foram muitos erros, como no 12º ano, que tinha Mariah Carey, Nicki Minaj, Keith Urban e Randy Jackson, mas onde problemas de relacionamento durante o programa (Mariah e Nicki) e nos bastidores desviaram um pouco o foco da competição. Na tentativa de recuperação do sucesso, o ano seguinte teve o retorno de Jennifer Lopez , com Keith Urban e Harry Connick Jr. Pessoalmente essa foi a formação que menos me agradou pois a combinação dos três jurados deu uma grande sonolência ao programa, somado ao fato que não faziam muitas críticas construtivas. Tudo era ok ou bonitinho, “não gostei muito, mas você ainda é ótimo”, que acaba não contribuindo com o crescimento dos candidatos, e consequentemente do programa.

Nesta suposta última temporada - digo suposta porque mesmo o final e a declaração dos criadores deixaram em aberto uma possibilidade de retorno - tivemos um programa mais curto e um tanto quanto confuso. Se antes tínhamos um dia de apresentação e outro de eliminação, nesse ano o segundo dia era formado pela eliminação e uma nova apresentação para o corte na próxima semana. Um tanto quanto bagunçado, não? A grande final, transmitida no dia 07/04 teve ainda um pronunciamento do presidente Barack Obama, o que mostra a importância que o programa teve com o público norte-americano. A despedida, que coroou Trent Harmon como o último campeão, foi permeada de muita melancolia e contou com a presença de antigos participantes e vencedores.

Talvez o que tenha acontecido com o programa que culminou com seu término é uma mudança no comportamento e na preferência do público, não só americano, mas como mundial. Uma das principais características do American Idol era um certo distanciamento entre os jurados e participantes, contrário ao que programas hoje de sucesso como The Voice e The X Factor pregam. Por mais que tenham premissas um pouco diferentes, nesses dois últimos programas jurados formam uma equipe de participantes, onde é possível enxergar a conexão entre mentores e cantores, além da contribuição dos jurados na formação dos participantes. Hoje esse apelo parece ser maior com o público. Aqui no Brasil, por exemplo, o The Voice tem feito bastante sucesso e abriu oportunidade para uma versão Kids. Na comparação entre a versão americana e brasileira, não gosto muito do fato que a nossa por vezes parece muito mais focada na figura dos jurados e do apresentador, como uma forma exacerbada de entretenimento em preferência ao mostrar o talento dos candidatos.

Assim como o American Idol, o The Voice americano e The X Factor UK já anunciaram novidades em seu corpo de jurados para esse ano, muitas vezes com o intuito de dinamizar e alavancar a audiência. Na 11ª temporada, o The Voice terá Miley Cyrus e Alicia Keys como novas coaches (substituirão Christina Aguillera e Pharrell Williams). Já a 13ª do The X Factor UK terá 3 novos técnicos, ainda não revelados; da antiga formação Nick Grimshaw, Rita Ora e Cheryl Cole saem, com o retorno apenas de Simon Cowell (também criador do programa).

Talvez essa seja uma nova fórmula de longevidade para esses programas, dinamizando e envolvendo a audiência. Um fato é certo, o American Idol cumpriu seu papel nos últimos 15 anos e com certeza deixará saudades. E para nos despedir, fiz um grande exercício de memória e trouxe um ranking com as cinco apresentações que mais gosto e que valem a pena conferir.
1º Haley Reinhart – Bennie and the Jets – Temporada 10 
2o Phillip Phillips – Superstition – Temporada 11
3o Trent Harmon – Simple Man – Temporada 15
4 o Kelly Clarkson – Natural Woman – Temporada 1
5 o David Cook – I Don’t Wanna Miss a Thing – Temporada 7
E para vocês, quais apresentações são as favoritas? Sentirão falta do American Idol?
Até a próxima!
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Marina Landert

Marina Landert, ou Mari, como preferir. Jornalista viciada em uma boa história e que não vive sem um bom livro na bolsa. Apaixonada por filmes, séries, música e por viajar. - See more at: http://intheskyblog.blogspot.com.br/p/sobre.