Cinema e Café: Janis: Little Girl Blue

Marina Landert

  Janis: Little Girl Blue (2015)
Ficha técnica
Diretor: Amy Berg
Elenco: Janis Joplin, Cat Power.
Sinopse: O documentário trata a vida e a trajetória de Janis Joplin, considerada a rainha do rock and roll e que assim como outros astros da música faleceu aos 27 anos.

Olá pessoal, tudo bem?
Para quebrar a sequência de filmes trago no Cinema & Café de hoje mais um documentário, desta vez Janis:Little Girl Blue (2015), que narra a história de uma das mais importantes cantoras de blue e soul do mundo, Janis Joplin.

Little Girl Blue traduzido para o português significa algo como “pequena garota triste”, é título de uma das músicas de Janis Joplin, e retrata bem o que foi a cantora durante os 27 anos de sua vida. Nascida em Port Arthur, Texas, em 1943, e, portanto em uma cidade e em uma família extremamente conservadora, Janis desde cedo começou a se rebelar contra o seu redor, à forma de pensamento, da segregação racial que acometia os Estados Unidos na época e aos padrões estabelecidos pela sociedade. Desde a infância foi perseguida na escola e sofrendo o que hoje seria caracterizado como um forte bullyng, que muitas vezes parece brincadeira entre crianças e adolescentes, mas que no caso da cantora marcaram uma vida de tristeza e inseguranças.

É com essa temática que Janis:Little Girl Blue inicia, com declarações de amigos e familiares da na época ainda aspirante a cantora e com a narração de Cat Power, que interpreta as cartas de Janis a seus pais, parceiros e amigos, e que tem a intenção de fazer uma conexão com o telespectador, de como se a própria cantora estivesse contando sua história. No começo, Janis era o patinho feio, e logo no início da adolescência acabou ganhando peso e com um sério problema de espinhas foi alvo de provocações e gozações na escola e mais adiante na faculdade, onde foi eleita “o menino mais feio da escola”, fato que marcou profundamente e de forma negativa a vida da cantora.

Em seguida nos deparamos com a primeira ida de Janis a São Francisco em 1963, onde novamente se envolve na luta contra a segregação racial da época e enquanto sua relação com a música se aprofunda tem seu primeiro sério envolvimento com drogas, que a faz retornar para o Texas.

Após sua recuperação, Janis mais uma vez retorna a São Francisco, onde se junta à banda Big Brother and the Holding Company em 1968 e começa a conquistar todo o sucesso e a aceitação social que sempre desejou. Mesmo diante de toda a fama, no ano seguinte ela deixa a BBHC para formar sua nova banda Kozmic Blues e que não tem o resultado esperado, agravando seu problema com drogas.

Em meio a diversas decepções, relacionamentos que não deram certo, o filme mostra através de um riquíssimo acervo, com diversas apresentações de Janis durante sua carreira, desde São Francisco à Woodstock, sua passagem pelo Rio de Janeiro e seus melhores e piores momentos. Janis: Little Girl Blue tem o papel de desmistificar a vida da cantora, o que é feito aqui com maestria. O que vemos é uma Janis tocada pelo sofrimento e por muitas emoções, em uma eterna busca pela felicidade e de se sentir parte de algo importante, de uma sensação pertencimento. É notável a angústia que a cantora sentia e a dificuldade de conseguir lidar com ela, de estar confortável na própria pele e suportar a forte pressão de uma indústria musical e do eterno sentimento de desapontamento que causava à sua família por quebrar com padrões tradicionais e conservadores. Todos esses motivos levaram Janis a altos e baixos, e que culminaram com a sua relação de idas e vindas com as drogas e que ainda que tenha lutado, acabou por ter o mesmo destino de outros famosos aos 27 anos como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse.

Como não poderia deixar de ser, Janis: Little Girl Blue é um filme muito ritmado e marcado por diversas apresentações de Janis e com uma trilha que auxilia na emoção e no sentimento a ser captado pelo público. Através de muitas entrevistas das pessoas mais próximas da cantora, e com a ótima narração de Cat Power, o documentário consegue se aproximar dos telespectadores. É um filme tocante, que deixa uma reflexão sobre o que a pressão da sociedade e mesmo questões como bullyng e a violência moral podem marcar e alterar a vida das pessoas. Super recomendado para os já fãs de Janis e principalmente para quem ainda não conhece sua trajetória.

Em tempo, para quem gosta de documentários deixo algumas sugestões: Amy (2015) sobre Amy Winehouse e sobre Kurt Cobain o mais recente Cobain: Montage of Heck (2015) e About a Son (2006), este com narração do próprio cantor.

Bom filme e até a próxima! Trailer:
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Marina Landert

Marina Landert, ou Mari, como preferir. Jornalista viciada em uma boa história e que não vive sem um bom livro na bolsa. Apaixonada por filmes, séries, música e por viajar. - See more at: http://intheskyblog.blogspot.com.br/p/sobre.