A imagem

07 fevereiro 2010


"Eu gostaria de ficar ali para sempre, parada naqueles degraus do nosso prédio, sentindo o vento bater em meu rosto e no jardim que fica logo após os degraus do prédio, eu pisava agora um pouco mais a frente, abri aquele portãozinho fazendo um leve ruído entrando lentamente. Eu poderia ouvir os rumores da rua coados pela espessa folhagem. Carregava comigo uma foto sua, vez ou outra olhava enquando entrava no prédio.

Vi um casal idoso sentando em um banco percebdo a pureza do amor deles, sorri levemente - imaginando que um dia eu poderia estar assim com você.
Chegando próximo a porta do nosso apartamento, abri ela com delicadesa, forçando meus dedos finos na maçaneta, ao abri-la dou de cara com você. Olho seu rosto doce, o cigarro que fumas e a fumaça dele dentrar na janela, seu cabelo jogado para trás e seus olhos fechados. Tudo um pouco antigo, como se você gostasse de escutar algumas notas de pianos bebericando qualquer coisa leve como um chá de jasmins.
Então passo a mão em seu ombro, chegando perto de você, podendo sentir teu cheiro, então aproximo meu rosto do seu lhe dando um beijo doce no rosto. Depois sorri para você amavelmente, segurei sua mão e te guiei junto a mim e desviei meu olhar para minha própria mão, fina.
Te guei até o quarto, olhando seu sorrio de canto e seu olhar que já diria qualquer coisa, envolvi meus braços em sua volta sentindo o calor do seu corpo e beijei sem excitar seus lábios.

Essa coisa que chamamos de saudades é preciso alimentar com pequenos rituais para que a memória naõ se dissolva como uma velha tapeçaria exposta ao vento.
Ele já não sorri mais, apenas me deita na cama e me beija, deixando toda aquela saudade e toda aquela falta que ele me faz, que eu faço sumir."

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